Fatalidade

Jovem escorrega e morre afogada em cachoeira ao tentar fazer selfie

Família alega negligência do parque

Por Uol Notícias 16/01/2020 15h03
Jovem escorrega e morre afogada em cachoeira ao tentar fazer selfie
Maria Fernanda Fagundes Sobrinho morreu ao fazer selfie na cachoeira - Foto: Reprodução

A operadora de telemarketing Maria Fernanda Fagundes Sobrinho, 19, morreu afogada em uma cachoeira, no Parque Estadual do Rio Turvo, em Cajati, no interior de São Paulo, no domingo (12).

De acordo com amigos, ela estava em cima de uma pedra às margens da cachoeira da Capelinha, fazendo selfie com uma amiga, de 17 anos, quando as duas escorregaram e caíram na água. Elas não sabiam nadar, mas a amiga conseguiu retornar para a margem e foi resgatada. O corpo de Fernanda foi encontrado pelos bombeiros horas mais tarde.

A Fundação Florestal, que administra o parque, informou que a jovem chegou por volta das 10 horas, em um grupo de 15 pessoas, entre amigos e familiares. No local, eles receberam instruções dos monitores para fazer a trilha e chegar à cachoeira.

Por volta das 13h30, o grupo já havia passado pela cachoeira e estava voltando para a trilha, porém, Fernanda e a amiga voltaram para fazer uma última selfie.

"Onde a água cai tem um poço e uma cavidade de quatro a seis metros. Elas duas foram fazer selfie sozinhas, ninguém viu. Elas começaram a demorar. Uma pessoa voltou e viu uma se afogando e a salvaram. Não acharam mais o corpo da outra", disse o assessor de imprensa da Fundação Florestal, Dirceu Rodrigues, ressaltando que foi um acidente. "Foi uma fatalidade. Uma tristeza. Se ela não tivesse subido na pedra para fazer a selfie, provavelmente não teria morrido", lamentou.

Família alega negligência do parque

Em uma rede social, no entanto, o irmão da vítima, Will Fagundes fez um post afirmando que houve negligência do parque. "Não havia qualquer estrutura para atender aos banhistas. Não há sinalização alguma, e quando questionamos um funcionário do parque, ele disse desconhecer o 'sumidouro' e levou mais de 40 minutos para que alguém do parque descesse para ver a situação. Mais de uma hora e meia para chegar uma corda para que nós pudéssemos tentar salvá-la. A dor da perda é muito grande. Agora vamos lutar por justiça e que nenhuma outra família chore como a nossa está nesse momento", escreveu.

A jovem é de Curitiba e passeava na cidade acompanhada de um irmão e amigos. O caso foi registrado na delegacia de Cajati.

Fundação afirma que parque é seguro

Segundo a Fundação Florestal, a cachoeira tem entre quatro e seis metros de profundidade e fica há cerca de 200 metros da sede da unidade. A caminhada até a queda d'água é autoguiada.

"Nunca aconteceu nenhum acidente nesse parque. Ele é muito seguro. E a partir de agora, inclusive, a gente vai orientar mais para tomar cuidado, mas a cachoeira é tranquila, ela dá na cintura", afirma Dirceu Rodrigues.

A Fundação Florestal lamentou a morte de Maria Fernanda e afirmou que o "local possui sinalizações e monitores que alertam sobre os cuidados a serem tomados durante o passeio, tais como riscos de afogamento, trombas d'água e não consumir bebida alcoólica nas dependências do parque", disse em nota.

"Neste período de verão, os alertas e orientações de segurança aos visitantes foram intensificados em todas as áreas geridas pela Fundação Florestal, além do reforço dos avisos nas mídias sociais", finalizou o órgão.