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Passo de Camaragibe sofre com infestação de caracol africano

Caramujo aparece com mais frequência na Praia do Marceneiro

Por Maurício Silva 06/08/2019 14h02
Passo de Camaragibe sofre com infestação de caracol africano
Passo de Camaragibe sofre com infestação de caracol africano - Foto: Assessoria

Os moradores do município de Passo de Camaragibe, na região Norte de Alagoas, estão convivendo nos últimos meses com uma praga: o caracol africano. O caramujo vem avançando na cidade litorânea e atinge principalmente a região da Praia do Marceneiro, paraíso turístico da cidade.

O avanço do molusco na cidade litorânea tem preocupado os moradores da cidade e o poder público municipal. O caracol africano vem se multiplicando na cidade e aparece principalmente em terrenos baldios, esgotos e já infesta vias urbanas da cidade. Os moradores da Praia do Marceneiro estão exigindo um mutirão na localidade.

Por meio de sua página no Facebook nesta segunda-feira (05), a Prefeitura do Passo de Camaragibe informou que vem tomando providências para conter o avanço do caracol africano. O governo municipal comunicou também que ainda no mês de junho, após solicitação da Secretaria Municipal de Saúde, uma equipe de biólogos e técnicos da Vigilância em Saúde, do Laboratório de Entomologia do Lacen/AL e do Departamento de Epidemiologia da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) fizeram uma visita técnica ao município para averiguar os locais de incidência e elaborar um laudo com orientações sobre o controle da infestação.

A prefeitura ressaltou ainda que as principais medidas apontadas são a manutenção dos terrenos desocupados nas localidades onde o caracol foi encontrado, a coleta dos espécimes para extermínio em solução de água e sulfato de cobre ou água sanitária e a aragem do solo nos terrenos onde os caracóis foram avistados, buscando expor os ovos ao sol. Segundo orientação dos órgãos competentes, as medidas devem ser adotadas após a quadra chuvosa, quando será possível debelar a infestação.

A espécie

O caramujo-gigante-africano, Achatina fulica, é um molusco oriundo da África. Esse animal pode pesar 200 gramas, e medir cerca de 10 centímetros de comprimento e 20 de altura. De acordo com estudiosos, em um único ano, o mesmo indivíduo é capaz de dar origem a aproximadamente 300 crias.

Além de destruírem plantas nativas e cultivadas, alimentando-se vorazmente de qualquer tipo de vegetação, e competir com espécies nativas – inclusive alimentando-se de outros caramujos; tais animais são hospedeiros de duas espécies de vermes capazes de provocar doenças sérias: a Angiostrongylus costaricensis responsável pela angiostrongilose abdominal, doença que provoca perfuração intestinal, de sintomas semelhantes aos da apendicite; e a Angiostrongylus cantonensis responsável pela angiostrongilíase meningoencefálica, de sintomas variáveis, mas muitas vezes fatal. Mas não há registro dessas doenças no Brasil.