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Cristian Cravinhos é condenado a 4 anos e 8 meses por suborno a PMs

A condenação se refere a uma tentativa de suborno, no valor de R$ 1 mil, a policiais militares para que Cravinhos não fosse preso em Sorocaba (SP)

Por R7 09/10/2018 11h11
Cristian Cravinhos é condenado a 4 anos e 8 meses por suborno a PMs
Cravinhos é condenado por tentativa de suborno a dois PMs em SP - Foto: Reprodução

Cristian Cravinhos, um dos envolvidos no caso Suzane von Richtofen, foi condenado na segunda-feira (8), no Fórum de Sorocaba, a quatro anos e oito meses de prisão em regime fechado pelo crime de corrupção ativa.

A condenação se refere a uma tentativa de suborno feita por Cristian a policiais militares para que não fosse preso em um bar de Sorocaba, no interior de São Paulo. O fato ocorreu no dia 17 de abril de 2018.

Na ocasião, ele, que teria agredido a mulher com quem matinha relacionamento, foi detido com munição calibre 9 milímetros, de uso restrito, sem ter autorização. Nas mesmas circunstâncias, ofereceu o valor de R$ 1.000,00 aos policiais militares para que não o prendessem.

O R7 entrou em contato com a defesa de Cristian Cravinhos, representada pelo advogado Ivan Peterson de Camargo, que informou que não se pronunciaria antes de conversar com seu cliente. 

Cravinhos relatou ter brigado com sua ex-mulher, pois, segundo ele, ela havia entrado em seu Faceboook sem sua autorização, visto manifestações de mulheres e reagido negativamente. Pela rede social, ele teria conhecido duas mulheres com as quais se encontrou em Sorocaba. No encontro, teria, inclusive, relatado a participação no caso de Suzane Von Richthofen.

A ex-mulher de Cravinhos teria o rastreado por meio de um chip de celular. Após discutir com a ex-companheira, saiu do carro e voltou a se encontrar com as duas mulheres que o acompanhavam.

Nesse momento, uma viatura de polícia parou próximo ao estabelecimento em que estavam. Os policiais teriam dito que haviam recebido duas ligações, uma dizendo que ele estava agredindo sua mulher e outra que estava armado.

Cravinhos negou as acusações, porém quando os policiais pediram a documentação, verificaram que se tratava de Cristian Cravinhos. Os policiais questionaram, então, segundo o processo, se ele estava com o alvará e ele teria dito que não.

Os PMs teriam chamado o suspeito para uma conversa, mas Cravinhos teria negado. De acordo com a decisão, ele iniciará o cumprimento da pena no regime fechado, em razão da reincidência e das circunstâncias judiciais desfavoráveis. 

"O réu permanece preso cautelarmente desde 18 de abril de 2018 e, considerando o montante da pena aplicada, observo que ele ainda não cumpriu 1/6 (um sexto) de sua pena privativas de liberdade durante o curso do processo, motivo pelo qual não faz jus à adequação, permanecendo o regime inicial fechado", diz a decisão. 

Segundo a decisão, ele não poderá apelar em liberdade, pois permaneceu preso durante todo o processo. Na decisão a magistrada Margarete Pellizari afirma que "a custódia deve de ser mantida, pela necessidade de garantia da ordem pública, levando-se em conta o desrespeito à Justiça e, mais ainda, a uma das mais respeitáveis instituições, a Polícia Militar". 

"Cravinhos foi condenado a altíssima pena por crime de homicídio triplamente qualificado e, em cumprimento de pena, livre por concessão de benesse executória, voltou a ser condenado por tentativa de corromper dois agentes públicos", conclui a decisão.